A diabetes, uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, é mais do que apenas uma palavra médica. No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes existem mais de 13 milhões de pessoas com essa condição. É um desafio diário para muitos, e entender o que acontece no corpo é o primeiro passo para gerenciar essa enfermidade e evitar as diversas consequências da diabetes.
Em termos simples, a diabetes é uma condição em que o corpo tem dificuldade em lidar com o açúcar, conhecido como glicose, essencial para fornecer energia às nossas células.
Imagine que a glicose é como uma chave que abre as portas das células para a entrada de energia. No entanto, na diabetes, essa chave não funciona tão bem quanto deveria.
Quando a glicose fica “presa” na corrente sanguínea, pode danificar órgãos vitais, como rins, olhos e nervos. Essas são as consequências da diabetes que queremos evitar. Mas, com o conhecimento adequado e os cuidados certos, é possível manter a glicose sob controle e levar uma vida saudável.
Nos próximos tópicos, vamos explorar mais sobre isso, os tipos, os sintomas e, o mais importante, as estratégias para prevenir e gerenciar a diabetes. Lembre-se, compreender a situação é o primeiro passo para enfrentar esse desafio de maneira proativa e saudável. Então, vamos lá?
O que é diabetes?
A Diabetes Mellitus se trata de uma síndrome metabólica de causas diversas, resultante da insuficiência de produção de insulina e da incapacidade dessa substância em desempenhar suas funções de maneira eficaz.
Com isso, o organismo pode apresentar níveis elevados de açúcar no sangue, conhecidos como hiperglicemia ou ainda apresentar níveis baixos de glicose, chamado de hipoglicemia.
Vale lembrar que a insulina, substância produzida pelo pâncreas, desempenha um papel crucial na regulação do metabolismo, facilitando a quebra da glicose para fornecer energia essencial ao funcionamento adequado do organismo.
Sendo assim, a diabetes pode se apresentar de diferentes formas e possui dois tipos. No tópico a seguir, vamos entender as diferenças entre os principais tipos dessa enfermidade. Acompanhe!
Diabetes Tipo 1 X Diabetes Tipo 2
Como citamos acima, a diabetes apresenta diferentes tipos, sendo os mais conhecidos os tipos 1 e 2, cada um com características distintas.
O tipo 2 representa aproximadamente 90 95% dos casos, sendo o mais prevalente. Nessa variante, o organismo resiste à insulina produzida pelo pâncreas, resultando em dificuldades para manter os níveis de açúcar no sangue dentro da faixa normal.
Enquanto na diabetes do tipo 1, o organismo destrói as células pancreáticas responsáveis pela produção de insulina. Com isso, o processo leva a uma produção insuficiente ou nula de insulina. Em geral, o tipo 1 afeta crianças, adolescentes e jovens adultos.
Além disso, há a condição conhecida como pré-diabetes. Ela ocorre quando os níveis de glicose no sangue se encontram acima do normal, mas ainda não atingem os critérios para serem diagnosticados como Diabetes Tipo 2.
Ou seja, este estado serve como um alerta precoce do organismo, sendo mais comum em indivíduos com fatores de risco como sobrepeso, obesidade, hipertensão e desequilíbrios nos lipídios.
Vale destacar que, durante essa fase, cerca de 50% das pessoas acabam desenvolvendo a doença. No entanto, a outra metade tem a oportunidade de retardar a progressão e as consequências da diabetes por meio da adoção de hábitos saudáveis, na alimentação e na prática regular de atividades físicas.
Isso quer dizer que uma abordagem proativa pode fazer diferença significativa na gestão da saúde e na prevenção da diabetes.
Sintomas da diabetes
Os sintomas da diabetes podem variar conforme seu tipo. Mas é importante notar que nem sempre os sinais são evidentes, e algumas pessoas podem não apresentar sintomas inicialmente. Aqui estão algumas características distintas para cada tipo:
Diabetes Tipo 1:
- Sintomas Súbitos: Os sintomas do Tipo 1 aparecem geralmente de forma abrupta e podem incluir sede excessiva, fome intensa e aumento da frequência urinária;
- Perda de Peso Inexplicada: Pessoas com diabetes Tipo 1 podem perder peso mesmo quando estão comendo mais, devido à incapacidade do corpo de utilizar eficazmente a glicose como fonte de energia;
- Fadiga: A falta de glicose nas células pode levar à fadiga extrema e falta de energia;
- Mudanças de Humor: Oscilações nos níveis de glicose podem afetar o humor, causando irritabilidade e mudanças emocionais.
Diabetes Tipo 2:
- Sintomas Graduais: Os sintomas do Tipo 2 podem se desenvolver mais lentamente, e alguns podem não perceber os sinais iniciais;
- Fadiga e Fraqueza: Assim como no Tipo 1, a dificuldade em converter glicose em energia pode levar a fadiga e fraqueza;
- Infecções Recorrentes: Pessoas com diabetes Tipo 2 podem ter infecções frequentes na pele, gengivas ou trato urinário;
- Cicatrização Lenta: Feridas que cicatrizam lentamente ou com dificuldade podem ser um sinal, pois a diabetes prejudica o processo de cicatrização;
- Visão Turva: Alterações nos níveis de glicose podem afetar a visão, causando visão turva ou dificuldade de foco.
Por isso, é crucial estar atento a esses sintomas e procurar a orientação de um profissional de saúde se houver suspeita de diabetes. O diagnóstico precoce e o gerenciamento adequado são fundamentais para evitar complicações a longo prazo.
6 Consequências da diabetes
As complicações decorrentes da diabetes podem afetar diversas partes do corpo, incluindo cérebro, olhos, coração, rins e nervos. Algumas vezes, as consequências da diabetes podem ser agudas, de curta duração ou ainda persistirem a longo prazo, se tornando crônicas.
Isso ocorre quando a gestão inadequada da glicose no sangue se prolonga por um período significativo. Por isso, manter os níveis de glicose sanguínea o mais próximo possível do normal, aliado ao acompanhamento regular por um profissional de saúde, como um endocrinologista, ajuda a prevenir algumas das complicações.
A seguir, conheça seis consequências da diabetes:
1. Doença cardiovascular
As doenças cardiovasculares emergem como a principal causa de óbito e incapacidade em indivíduos com diabetes. Essas condições englobam:
- angina, manifestada por dor ou desconforto no peito;
- infarto do miocárdio, conhecido como ataque cardíaco;
- acidente vascular cerebral (AVC);
- doença arterial periférica, resultando em deficiência de fluxo sanguíneo nos membros;
- insuficiência cardíaca congestiva.
Vale destacar que determinados fatores comuns em pessoas com diabetes, como hipertensão, elevados níveis de colesterol e glicose sanguínea elevada, aumentam o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
2. Doença renal
Outra grave consequência da diabetes se refere à doença renal crônica, uma condição de longa duração. Essa enfermidade resulta de danos aos pequenos vasos sanguíneos dos rins, conhecido como nefropatia, o que compromete a eficácia renal ou leva à completa falha dos rins.
Deste modo, manter uma gestão adequada dos níveis de glicose no sangue e da pressão arterial desempenha um papel crucial na redução do risco de desenvolver nefropatia.
3. Lesão nos nervos
A lesão nos nervos, também chamada de neuropatia, resulta da persistência de níveis elevados de glicose no sangue ao longo do tempo, podendo afetar qualquer nervo do corpo.
A forma mais comum desta condição é a neuropatia periférica, que tem impacto principalmente nos nervos sensoriais dos pés. Isso pode desencadear sensações de dor, formigamento e perda de sensibilidade.
A neuropatia, ao reduzir a capacidade de perceber lesões, pode levar a úlcera, infecções graves e, em casos mais extremos, até mesmo a necessidade de amputações.
Ademais, os danos nos nervos têm potencial de causar disfunção erétil em homens, assim como problemas digestivos, urinários e relacionados a diversas outras funções do organismo.
Portanto, é fundamental monitorar e controlar os níveis de glicose para minimizar as consequências da diabetes, assim como os riscos associados à neuropatia, preservando a saúde geral.
4. Pé diabético
Você sabia que o risco de amputação é 20 vezes maior em pessoas com diabetes em comparação com aquelas sem a condição? Isso porque esses indivíduos podem enfrentar problemas de circulação nos pés devido a danos em vasos sanguíneos.
No entanto, muitas dessas amputações podem ser evitadas por meio de um controle meticuloso da doença. Portanto, dada a gravidade desses riscos, as pessoas com diabetes precisam realizar exames regulares nos pés a fim de identificar possíveis problemas.
Além disso, as consequências da diabetes de curta duração podem estar relacionadas aos níveis de glicose no sangue, tanto baixos quanto elevados. Entre elas, destacamos:
- Hipoglicemia;
- Convulsões;
- Hiperglicemia;
- Cetoacidose Diabética (CAD);
- Síndrome Hiperosmolar Hiperglicêmica (SHH).
Essas condições, muitas vezes, surgem de maneira abrupta, representando um risco sério à vida da pessoa. Felizmente, com conhecimento sobre como agir, há maneiras de prevenir essas complicações.
5. Doença ocular
Muitas pessoas que convivem com diabetes acabam desenvolvendo algum tipo de doença ocular, conhecida como retinopatia. Essa condição surge devido aos danos na rede de vasos sanguíneos que nutrem a retina.
Com isso, a situação pode causar danos à visão, em casos mais graves, leva à cegueira. Por isso, um diagnóstico precoce desempenha um papel fundamental. Afinal, quando identificado a tempo, o tratamento pode prevenir a progressão para a cegueira.
6. Complicações na gravidez
Mulheres com diabetes enfrentam potenciais desafios durante a gravidez, já que níveis elevados de glicose podem impactar o desenvolvimento do feto. Deste modo, a condição contribui para um crescimento anormal e um ganho excessivo de peso.
Assim, os riscos de lesões tanto para o bebê quanto para a mãe aumentam durante o parto, além da possibilidade de baixos níveis de glicose no recém-nascido.
Isso sem falar que crianças expostas a níveis elevados de glicose no útero apresentam maior propensão ao desenvolvimento de diabetes tipo 2 ao longo dos anos. Por isso, é de extrema importância monitorar a glicose sanguínea durante a gravidez.
Ou seja, mulheres que já sofrem com essa enfermidade devem iniciar a monitorização e controle da glicose no sangue antes de engravidar. Assim, com um acompanhamento adequado muitos riscos associados à condição são minimizados.
Tratamento da diabetes
O tratamento da doença é abrangente e envolve uma abordagem multifacetada para gerenciar os níveis de glicose no sangue e prevenir as consequências da diabetes. A seguir, veja alguns desses aspectos-chave do tratamento:
- Monitoramento regular: a monitorização frequente dos níveis de glicose no sangue é essencial. Para isso, existem dispositivos de monitoramento contínuo ou testes regulares de glicose;
- Alimentação saudável: focar em alimentos ricos em fibras, grãos integrais, frutas, vegetais e proteínas magras enquanto limita a ingestão de açúcares e gorduras saturadas ajuda a manter os níveis de glicose estáveis;
- Exercícios regulares: Caminhada, corrida, musculação ou outras atividades físicas adequadas controlam e melhoram a sensibilidade à insulina;
- Medicação e Insulina: muitas pessoas com diabetes precisam de medicação oral ou insulina para manter os níveis de glicose sob controle;
- Controle de peso: manter um peso saudável é fundamental para o manejo da doença, especialmente no tipo 2. Perder peso pode gerar um impacto significativo na situação;
- Gestão do estresse: meditação, yoga ou atividades relaxantes auxiliam a manter o equilíbrio emocional e evitam que o estresse afete os níveis de glicose;
- Acompanhamento médico: consultas médicas regulares servem para monitorar o progresso, ajustar o tratamento conforme necessário e prevenir as diversas consequências da diabetes.
Como prevenir e evitar as consequências da diabetes?
Prevenir e minimizar as consequências da diabetes envolve a adoção de um estilo de vida saudável e a gestão cuidadosa dos fatores de risco, como você leu aqui, neste artigo.
Além de manter uma dieta equilibrada, controlar o peso e praticar exercícios físicos, ter um acompanhamento profissional faz toda a diferença.
Isso porque a colaboração com um especialista, como um endocrinologista, desempenha um papel fundamental na prevenção e minimização das consequências da diabetes.
Esse profissional especializado em distúrbios hormonais avalia o risco individual, monitora a saúde metabólica e ajuda o plano de prevenção conforme necessário.
Ou seja, o endocrinologista trabalha em conjunto com o paciente, desenvolvendo estratégias personalizadas para controlar os níveis de glicose, gerenciar o peso e promover um estilo de vida saudável.
Portanto, se este for seu caso, de um amigo ou desconfia de algum sintoma, entre em contato e retire todas as suas dúvidas. Afinal, a colaboração com um profissional de saúde qualificado promove saúde, controla a diabetes e garante mais qualidade de vida.
Não hesite em buscar orientação e tomar medidas proativas para preservar seu bem-estar. Estamos aqui para ajudar no seu caminho em direção a uma vida mais saudável e equilibrada.